segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Menina.

Menina, abandone os laços antigos.
Sim, abandone, apenas os que doeram,
apenas o que foram em vão.
Do resto, reviva-os, guarde-os numa caixinha,
caixinha de música, pátina, decapê.
Caixa viva: coração.


Menino, esqueça as regras.
Viva, ame, não se arrependa.
Largue tudo, por alguém,
por mim, por nós, para nós.
Volte, se aproxime,
recata o seu coração.


Menina, entregue-se novamente,
diversifique os sentimentos,
e abra novos caminhos, novos.
Esqueça os velhos, sim, antigos,
aqueles que machucaram.


Menino, procure outros rumos,
esqueça a quem não cicatrizou.
As lembranças, efemérides,
as fotografias, guarde-as para reviver.
Lembre-se da frieza dos atos, teus atos.
Tente conviver com você, 
apenas você.


Menina, larga de nostalgia.
Coloque seu vestido, predileto,
saia para as ruas, ande beira-mar,
deixe-se apaixonar.


Menino, busque outra caixa viva.
Não retorne, nunca mais. Nunca.
Pegue aquela borracha, 
aquela ali, no seu criado,
apaga seu passado, com ela.


Menina, amenize suas dores.
Reaqueça mais um novo amor.
Novo, sim.
E então?
Abandone, apenas, 
aqueles
que doeram,
machucaram,
e agora, estão cicatrizando.
Para sempre.