quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Melhor amiga, irmã de coração.

Mais fácil seria escrever se você estivesse aqui, mas agora você não está. Todas as lembranças, todo este amor, toda essa falta... Nada se explica. Lembrarei da gente aos 7 anos, brincando em piscinas de barro, se escondendo atrás de pedras e sendo picadas por abelhas. Lembrarei das nossas noites sem dormir, jogando baralho, ou apenas atormentando a minha avó. Ou também, das madrugadas frias em que nos aventuramos a pular na piscina, ou contar histórias de terror. Lembrarei das nossas brigas sempre acabadas com abraços e lágrimas, sem esquecer dos pedidos de desculpas prolongados.  Lembrarei dos nossos planos de fugas, dos planos de comprar um apartamento e morarmos juntas. Lembrarei dos nossos tombos e machucados feios, dos trabalhos escolares, daquela proteção eterna que só você tinha. Lembrarei das nossas festas juntas, e dos segredos que só você sabe, e aqueles que só eu sei também. Lembrarei daqueles seus momentos de histeria em que você só precisava de alguém para chingar. Lembrarei das nossas viagens e aventuras, daquelas vezes que ríamos sozinhas por motivos que só a gente sabe. Lembrarei das tardes em que não fazíamos nada, apenas ficávamos conversando sobre a vida. Lembrarei de todos as barras que enfrentamos juntas, em relação a tudo. Você sempre esteve comigo, e eu sempre estive com você, independentemente do que digam. Claro, não posso esquecer daquele seu senso de humor que difere de qualquer outro, e que ás vezes me bagunçava toda. E definitivamente, obrigada. Obrigada por tudo, por dividir praticamente 11 anos de sua vida comigo. E sim, a gente viveu exatamente todo esse tempo, bem perto uma da outra, sem pedir nada, a não ser essa amizade.  Somos metade uma da outra, sempre foi, e sempre vai ser assim. Agora você é meu anjo, e eu te peço proteção. Eu te amo além de qualquer coisa. 

domingo, 5 de dezembro de 2010

Geralmente.

Geralmente, temos a tendência em ressaltar apenas os lados negativos dos ''fins'' de nossa vida, o que geralmente, não deveria acontecer. Aquela famosa frase de que há males que vem para bem, é bastante significativa. Nem tudo que acontece é para nosso sofrimento, de forma exclusiva. Claro que não! Ás vezes as coisas acontecem apenas porque deveriam acontecer, e é simples assim. Criamos uma certa complexidade sob tudo isso, e acabamos nos machucando sozinhos. Com os fins, nós crescemos, aprendemos, damos valor para pessoas, sentimentos, ao passado [...] A maturidade se sobressai com o passar dos anos. Aprendemos a dar mais valor a razão que a emoção. Aprendemos que nem todas as pessoas são dispostas a ser o que realmente precisamos, e apenas o que devemos fazer, é aceitar. Novamente e geralmente, eu escrevo sobre as mesmas coisas, mas que provêm de acontecimentos distintos, demonstrando que tudo que aprendo com os fins e decepções, e até mesmo alegrias, são coisas comuns. Amadurecimento, olhar crítico, menos inocência, e me sinto de certa forma, bem. Ao mesmo tempo que cresço, continuo agindo da mesma forma, o que é totalmente contraditório. Queria mudar meu presente, o que seria possível se eu mudasse meu passado. Sobretudo, o tempo não volta, o que me faz pensar que tomei atitudes inconcretas. Indefinido, quem sabe até assim, esquecido [...]

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Case-se comigo!

"Nós éramos jovens, mas eu acreditava que o tudo que sentíamos era maior que todas aquelas proibições. Conspirava aquele lugar a nosso favor: belos campos, repletos de árvores e paisagens magníficas. E era perto daquelas videiras em que eu o encontrava. Amor proibido, sincero, real... Eu o amava debaixo daquelas árvores e corríamos feito crianças por aqueles campos. Certo dia, nos encontramos exatamente no mesmo lugar, e ele disse: "Case-se comigo!"  Minha reação foi confusa, ao mesmo tempo em que eu desejava estar com ele, as proibições estabelecidas entre nós gritava-me o coração. "Fuja comigo, não haverá o que temer." - acrescentou ele. Era tão doce aqueles olhos, diferentes de todos que já tinha visto. Ele sorria-me como um adolescente com novas idéias e planos. Mas o que era todo resto diante de todo o amor que sentia? Eu aceitei, receosa, mas ele me pegou em seus braços e me beijou de uma maneira que eu nunca me esqueci. Aquele corpo quente junto ao meu, lábios de mel... Eu realmente o amava e o que mais queria, era ir embora dali, com ele, pra sempre [...]"   

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Inocência.

E quando olho pra trás, para tudo que já vivi e presenciei, eu sinto falta da minha inocência. Sim, a inocência não é a mesma de quando éramos crianças. Ela muda, e mesmo que presente, ela se transforma. Sinto saudades da época em que as pessoas não se importavam com o modo como me vestia; da época em que meninos eram apenas meninos, nada muito sentimental. Sinto falta de brincar entre as árvores, correr sem rumo, de cair e rir sem motivos. Sinto saudades da época em que eu acreditava que as pessoas eram boas, e só queriam o bem uma das outras. Pura inocência! Sinto falta de ser feliz sem motivo, falta de acreditar que tudo era benéfico e que as coisas eram simples. Mas, infelizmente, todos crescemos e perdemos essa tal crença que tínhamos e que tanto nos fazia bem. Porém, essa ingenuidade, que ainda não perdi, faz com que tudo que fui, prossiga. A inocência pura é o mistério dos sonhos, e como eu sinto falta [...]


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Uma história [...]

Minha vida nunca mudou drasticamente. Eu estava acostumada a fazer as mesmas coisas, aceitava seguir minha rotina de forma tão natural.  Estranho, porém normal. Não se pode priorizar ocasiões quando todas são iguais. Enfim, todo fim de ano eu visitava minha irmã. Ela morava numa cidadezinha do interior, mas confesso, em um dos lugares mais lindos em que eu já havia estado. Uma casinha de tijolo a vista, com uma varanda que cercava toda a casa. Um pouco mais a frente, um gigantesco ipê amarelo, que todas as manhãs iluminava a minha janela. E ainda, mais a frente, podia-se observar um lago fantástico. Não sei se posso definir exatamente o que era estar ali, naquele lugar. Mas continuando [...] era ali que eu passava as festas de fim de ano. Nossos pais haviam morrido há mais ou menos 10 anos. Fora uma fase complicada para minha irmã, que era mais próxima de minha mãe e meu pai. Eu, na verdade, sempre fui muito sozinha. Moro em um apartamento apertado no centro da cidade. Sou jornalista, escrevo uma coluna sobre economia para o jornal da cidade. Tenho um gato chamado Jon, que realmente, é minha única companhia. Nunca me casei, e talvez não pretendo. Aos poucos, fui desacreditando nessa história de amor eterno, casamentos perfeitos. Meus namoros nunca deram certos, apenas se interessavam por um beijo e uma boa noite de divertimento.  Antes eu era uma eterna iludida e sonhadora, hoje não mais. Pra falar a verdade, ás vezes tento ser, mas não devo me entusiasmar como antes. 
Bom, minha vida na cidade grande é aconchegante, mas eu gostava de estar no interior sentada na varanda de minha irmã, tomando um bom vinho e jogando conversa fora. Mas dessa vez, o meu fim de ano, mudaria a minha vida toda [...]

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

[...]

O amor, de vez em quando, deveria ser o suficiente.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Nostalgia constante.

Nostalgia tem me definido nos últimos dias. Tenho lembrado de todas as pessoas que já passaram pela minha vida, aquelas que partiram, ou que ainda estão presentes, e algumas vezes, isto é triste. Lembrar daqueles que foram mais que simples amigos, que me ajudaram a crescer, a enxergar as coisas de modos diferentes. Saudades daqueles abraços nos fins de tarde, daqueles beijos roubados, daquelas risadas ao telefone, das brigas idiotas [...] Não me refiro a uma pessoa, e sim, a muitas. Todas aquelas que me mudaram e de alguma forma, já me fizeram sofrer. Eu tento entender porque as perdi... Depois acho inútil. Pra quê? Isso não faz com que retornem, apenas fere novamente, abre as cicatrizes. São tantas coisas para pensar, que a confusão é inevitável. Tento ver aonde tenho errado, no que errei, e o que deixei passar, mas não consigo enxergar nada. Tenho sido diferente, mas nada muito ocasional. O fato é que tudo isso é irrelevante e desnecessário. O meu passado não muda, apenas me machuca. São apenas lembranças de algo mal resolvido, superficial (pelo menos por outros olhos). O que mais me surpreende é que tudo isso ainda, está me ferindo. Preciso de um novo motivo para acreditar que vai ser diferente, pois, afinal, do que adianta mudar se as condições são as mesmas? 

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

“Por que Deus ganha crédito quando alguma coisa boa acontece?” - Dr. Gregory House

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Des[amor].

Afinal, o desamor é tão natural quanto o amor?


sábado, 2 de outubro de 2010

Você pode?

Ele me toca, e eu perco todos os sentidos. Não há razão que justifique mergulhar naquele cheiro, no calor dos teus braços, na leveza dos seus lábios. Você ainda pode sentir isso? [...]

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Tudo outra vez.

E se eu disser que tudo é predestinado?
Acreditariam em mim? Aliás, eu acreditaria em mim?
Se tudo o que tenho está aqui,
Porque não viver agora?

Diga-me o que precisa dizer,
Não tenha medo de continuar,
Não tenha medo de desistir.
Apenas o que você precisa...

Eu não sou mais o que costumava ser,
Não desejo o que seria comum.
Não posso falar o que realmente quero,
E me seguro ao que tenho.


Desculpas e mentiras valentes,
Frustrações passadas...
Coloque-as sobre a mesa.
Mude o que puder, mas não continue,
Não assim.
Leve-me para outro lugar.
Algum, lá fora.

Nada de bom senso,
Nada de regras e padrões...
Nada de planos.
Posso ir pra qualquer lugar.

Mas preciso que saiba,
Que estarei aqui.
É assim, assim que quero.
O vento sopra tudo,
E estou iniciando,
Tudo outra vez, por você.

domingo, 12 de setembro de 2010

Se palavras mudassem alguma coisa, cartas de amor teriam sentido, músicas mudariam o mundo, as colunas de jornais seriam lidas por todos e desculpas bastariam. Mas realmente elas não valem muita coisa perto do que fazemos. Talvez elas sejam mais uma prova de que o ser humano é estúpido ou realmente sejam verdadeiras, e esse deve ser o fato pelo qual as pessoas sempre duvidam de tudo que se é lido. Queria que as minhas palavras mudassem tudo, porque a única coisa que elas transmitem, é tudo que sinto. Insignificante para a maioria, tudo pra mim. Ainda sim, insignificante...
Todo ser humano é suscetível ao erro.


domingo, 29 de agosto de 2010

Nada muito importante.

Depois de poucos minutos, olhando diretamente para essa caixa de texto, tento passar os meus sentimentos de agora para o limite que encaro. Sei lá, talvez o fato de eu escrever tudo o que sinto não agrada quem vem convivendo comigo há dias, meses, e até mesmo há anos. E é tudo o que sei falar, dos benditos (ou malditos) sentimentos, da necessidade de expressar tudo o que passo horas sozinha imaginando. É como se eu me livrasse de alguma coisa que não sei o que é, como se me aliviasse as dúvidas, fazendo com que minhas palavras sejam boas para outros que consequentemente sentem a mesma coisa. Como um círculo vital, onde todos se encaixam na mesma situação. E o que eu acabo escrevendo certas vezes toma rumos diferentes, acolhem de formas diversas, e gosto disso. As formas difíceis de expressão sempre me agradaram muito, até porque eu não me vejo como uma pessoa fácil de se entender, de conviver e dividir idéias. Meus princípios acabam falando mais alto, me tornando egoísta à outros olhares, e passo despercebida por minha inutilidade de falar tudo que me parece correto. Despercebida sim, pois poucos se importam com meus mínimos detalhes, com minhas convicções. Sou tão reativa, que a proatividade de alheios me surge como um medo da qual prefiro fugir. Gosto de viver no meu mundinho de sonhos, de planos, de amor eterno, onde tudo isso para outros, é uma página de um livro velho,  ignorada, como se nada disso fizesse sentido, ou até mesmo, nada muito importante.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O amor não tem pressa.

Não há pressa no amor.
Ele aguarda em silêncio,
Em nosso próprio silêncio,
E até mesmo, no próprio vazio.
Aguarda séculos, milênios,
Pra provar-nos o gosto,
Do desejo, da espera,
Da satisfação pelo tempo,
Tempo passado, que não há mais.
Não há o que esperar,
Não há remissão,
Ele apenas é, nada mais.
É o que precisamos,
O que necessitamos,
Eco de antigas palavras,
Fragmentos de cartas,
Lembranças, fotografias,
Apenas vestígios, bons vestígios.

Não se afobe, não! Que nada é pra já, o amor não tem pressa. Ele pode esperar, não há porque fugir ...

domingo, 15 de agosto de 2010



Tudo é tão relativo que aos poucos essa relatividade se torna constante e definitiva para qualquer aspecto de nossa vida. Esses padrões pré-estabelecidos de felicidade, de união, de eterno... Tão relativo que até me cansa. Julgar a felicidade em um estado que vai desde o contentamento ou satisfação até à alegria intensa ou júbilo é tão desprezível.  Definir felicidade, definir amor, definir tristeza, definir o sentimento de estar junto a algo ou alguém, é mais que desprezível, é insano. 

Nunca poderá ser definido o que é estar perto daquilo que se ama. Das palavras trocadas, dos abraços, dos toques, da proximidade de corpos ou intensidade de beijos. É bem mais que uma definição de dicionário, ou explicações de grandes psicólogos ou daqueles que se dizem especialistas em assuntos do tipo. Não! Definir esse sentimento de hoje, da vontade que aos poucos se une com a necessidade, da admiração que se funde com o amor, e depois, não se separa, como água e óleo. Se torna numa coisa só, até mesmo em um pequeno espaço de tempo, de momentos. Afinal, qual a definição de tempo? Em quanto tempo uma pessoa se torna uma parte do que você é? Em quanto tempo vivemos aquilo que somos? Qual é o tempo para isso? Qual é o tempo para amar? Para se unir? Para ser aquilo que você nunca encontrou em ninguém?

Pois é, não há definição para tempo, muito menos do qual é o necessário para se unir com o sentimento. A única coisa que ele é capaz de fazer, é causar a confusão do passado com o presente, mas nunca definir o que alguém é, e continuará sendo. O tempo pode ser definido em horas, minutos, mas isso nunca vai ser o bastante pra caracterizar ou explicar aquilo que precisamos para viver.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Um tempo.

"Nada como um dia após o outro"
Mais um dia indiferente!
Mais um sonho perdido,
Mais um coração partido.
Uma lágrima a menos,
Uma decepção menor,
Exclusão de sofrimento!
Metade do que poderia ter sido, 
E talvez menos do que é.
Um meio termo entrer ter e querer,
Um meio termo entre a certeza,
E a comodidade do amanhã.

A dúvida em perder e aceitar,
A incerteza da compreensão,
A raiva do fim, nada mais.

O medo de não voltar,
Ou de nunca mais sair dali.
O tempo necessário,
Pra colocar tudo no lugar.

O ponteiro do relógio,
A lentidão das horas,
O passado que cada segundo marca,
O início de uma nova história ...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

In[esperado]



" O relógio marcava exatamente 18h58. Um fim de tarde gelado devido à estação mais fria do ano fazia com que todos vestissem roupas gigantes, felpudas, ou de qualquer outro tipo para se manterem aquecidos.  Como escurecia mais rápido, as lâmpadas do parque já estavam todas acesas, e as luzes que enfeitavam as árvores fazia com que tudo se tornasse radiante. Ele sentou-se num banco, próximo a uma árvore de primavera, esperando ouvir aquela voz suave que há tempos parecia tão distante. De repente, sente uma mão tocar seu ombro, e se depara com um velho de cabelos brancos, barba mal-feita, e um casaco marrom que cheirava guardado. 
- O que faz aqui sozinho nesse frio, meu rapaz? - perguntou o velho, curioso.
Ele, um tanto receoso, não hesitou em responder a uma pergunta tão indefesa:
- Estou esperando por uma pessoa, acho que está um pouco atrasada, penso que não há mal nenhum em esperar, não acha?
- Com certeza não rapaz - riu singelamente! - Posso lhe fazer um pouco de companhia? Não tenho muito o que fazer por aqui, e talvez possamos conversar enquanto está sozinho...
Um pouco desconfiado, mas com uma grande simpatia por essa imagem que deixava transparecer sabedoria, aceitou a proposta.
- Mas então! O senhor me perguntou o que fazia aqui neste frio, e lhe expliquei. E você, espera por alguém ou está sozinho?
O velho então, com olhos de tristeza, respondeu de forma incerta, mas sábia:
- Sempre esperamos por alguém. Nunca estaremos sozinhos em um mundo tão grande. Aqui mesmo, agora, em um parque tão pequeno e em um banco tão velho quanto eu, acabo de encontrá-lo. Não vejo de forma alguma que estou sozinho.
- Me desculpa ser incoveniente, mas não espera por uma pessoa específica? Por exemplo, sua esposa, ou filhos?
- Não!  - respondeu o velho de forma séria -  não tenho ninguém. Todos que já tive se foram, e não defino mais nada específico em minha vida. Veja meu rapaz, eu sempre fui muito correto em tudo que fiz, e deixei de viver tanta coisa por detalhes  tão mínimos, que hoje não possum relevância. Tudo é tão inesperado como encontrar uma pessoa sozinha numa noite tão fria. Todos agora estão em suas casas se esquentando em lareiras, cobertores, jogando baralho e se divertindo, o que seria tão óbvio em um dia como esse. E você aqui, esperando por alguém que talvez nem venha. E o admiro por isso, pois vejo em você o que eu mesmo, poderia ter sido. 
Levantou-se e sem se despedir, seguiu sem rumo, para um lugar que talvez nem ele soubesse que poderia chegar.
O rapaz então colocou-se a pensar, em tudo o que aquele velho, um pouco estranho, havia acabado de dizer. Novamente, olhou no relógio, que marcavam 20h43. É incrível como o tempo havia passado tão rápido, e tão imperceptível. E realmente, aquela voz que tanto esperava ouvir, talvez nem viesse. 
Foi então, que conseguiu juntar todos os pontos, e encaixou tudo o que havia acabado de escutar. Notou que nem sempre as pessoas estão dispostas a ser o que ele era, ou o que seria ao desejar algo. Talvez o seu inesperado fosse inconsciente, e o seu tempo, apenas uma apreciação de outros.
Levantou-se do banco, e foi caminhando como se também não tivesse um caminho a seguir, quando, de repente, um pouco de longe, escuta uma voz doce gritando pelo seu nome... Virou-se e recebeu mais do que mesmo esperava. E então, em lembranças daquelas palavras sábias, percebeu que até mesmo o esperado, simplesmente se torna o inesperado ... "



domingo, 18 de julho de 2010

Nada como sentir!


"E andando por aquele parque, sozinha entre folhas e flores caídas ao chão, tentava entender o motivo pelo qual a fazia sair sozinha, perambulando entre lugares tão vazios e silenciosos quanto os que ocupavam sua mente. Superar seria fácil se aquele lugar não trouxesse tantas lembranças, ou se tudo aquilo que a envolvia não fosse tão puro como o que insistia em sentir. Sentou-se em um banco, admirando as águas cristalinas que brilhavam com os raios solares. E como tudo é tão nostálgico, lhe veio à memória um passado que insistia em estar presente. E ali, naquele mesmo lugar, observando tudo o que acontecia, enxergou-se em outras pessoas desconhecidas que pareciam tão felizes. Sim, felizes como ela já fora. A felicidade do ontem não é a mesma do hoje.  Aquela sensação de abrir os olhos e lembrar que há alguém esperando por uma ligação, ou esperar por uma mensagem, ou um beijo no fim da tarde, não existe mais. Não há nada melhor que a certeza de que  há alguém esperando por você.  E assim foi toda sua tarde, escoando como a areia de uma ampulheta. Sentada, lembrando, imaginando e sentindo aquilo que não se explica com palavras. É uma ferida que não sangra. Um vazio que te prende e acaba com tudo que pode progredir. E não se pode negar, resistir e seguir sozinho... E com o pôr-do-sol, andando pelo mesmo caminho vazio, voltava à sua realidade, sua casa, seus textos, seus objetos e tudo aquilo que te fazia lembrar o que não existia mais. Lembrar que o lugar que antes ocupava, pertence a outra pessoa, e pior que recordar isso, é não saber se todos os momentos juntos ainda vivem, mesmo que seja em algum resquício da lembrança, na mente dele... "

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mais um novo dia.

 Acordo numa manhã de domingo, por conseqüência dos raios de Sol que entraram pelas fissuras da persiana. Com os olhos entreabertos, tento me sentar naquele ninho de cobertores, em meio aquela infinda preguiça. Me levanto e meus pés quentes sofrem ao tocar a fria ardósia. O silêncio do amanhecer ainda me chama para cama, mas quando abro a janela, sinto aquele ar puro tocando meu rosto e percebo, que não há nada melhor que acordar para um novo dia, e imaginar, como serão minhas próximas 24 horas e tudo que pode acontecer. Enfim, todo dia é um novo ciclo, e cada simples gesto e acontecimento, é um sinal de que tudo se renova e que não há nada como manter a positividade.

Por aquela simples janela ...


" Lá fora chovia novamente, o que tinha se tornado natural em todas as tardes daquela semana. Em seu quarto, uma janela de vidro insistia em mostrar uma natureza intocável, com folhas e flores cobertas pelas gotas d'água. E naquele mesmo quarto, sentada numa poltrona singela decorada de pequenas bolas coloridas, tentava escrever algo que tivesse sentido sobre suas férias, que se encerrava com aqueles dias frios.  Talvez ela não tivesse tanta vocação pra escrever sobre o que sabia, mas sim sobre o que esperava descobrir e entender. Talvez o lado que mais pendia em sua personalidade era simplesmente  o fato de explorar o desconhecido. E bastava. Ás vezes o desconhecido é mais interessante que qualquer outra coisa que você conheça a forma, o sentimento, o gosto, o sentido ... É tão bom fazer descobertas, sobre si, sobre o mundo, sobre as pessoas! Aquela sensação nunca antes imaginada, é tão... única. Poder imaginar algo sem ter nada para se basear pode ser assustador, mas é perfeito. E talvez fosse isso mesmo o que ela esperava: apenas ser diferente. Inovar, sem ser estática e regrada, e inventar qualquer coisa desconhecida. E ali, sentada em frente sua janela,  imaginou milhões de coisas, que eram tão grandiosas quanto tudo o que se podia ver por aquela simples janela..."

terça-feira, 27 de abril de 2010

Tão singelo ...


É como algo que você não precisa e quer, que vem sem porquês e fica por escolhas, uma angústia que tanto aflige e um sorriso que depois, novamente, acalma. Talvez eu queira sentir isso, queira correr riscos, amar intensamente. Viver, ir atrás, não ser tão dura comigo mesma por decisões de outros ou por medos. Me entregar em sentimentos e carinhos, sorrisos, abraços, palavras tão simples e tão sinceras.  Agora, não somente quero, como preciso. Tão pouco tempo mas tanto carinho, tanta vontade de estar próxima. Acho que vivo com tamanha intesidade, que tal não cabe dentro de mim, dentro de expectativas e sonhos... Como se precisasse passá-la a frente, demonstrá-la, e principalmente, sentí-la.    Que necessidade singela e que sentimento mais delicado ...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sou um coração batendo no mundo!

É incrível a enorme facilidade de como nos decepcionamos com as pessoas.  Mas há uma probabilidade, mesmo que pequena, de estarmos completamente errados sobre julgamentos e críticas. Ás vezes, disfarçar defeitos pode ser um pouco perigoso. É necessário absorver novas idéias e sentir mais o outro lado. É inacreditável também a falta de criatividade, onde muitos agem de uma mesma maneira, dizendo mesmas coisas, aproveitando-se de alheios. É preciso de mentes mais receptivas, pessoas mais dignas, positividade, e quem sabe, um pouco de negligência, só para sair dessa rotina insuportável.  Posso ser uma pessoa prolixa, utilizando recursos desnecessários. Sou irritante, e nada interessante. Me machuco facilmente, e logo perdôo. Não esqueço, nunca, nada. Tento ser agradável, mesmo quando não desejo. Exalo opiniões, exalto erros, permaneço assim. Tenhos inúmeras fases e características. Apenas como todo ser humano,  sou algo único, com meus defeitos e qualidades.  Não tenho gosto em falar de datas comemorativas, de olhares superiores, mas sim, do que sinto, só isso. Gosto quando meus pensamentos fluem com apenas o intuito de que ao lerem, se sintam, como eu. Um ser, um tanto quanto insignificante diante de tantas coisas mais importantes, escrevendo, sentindo, vivendo. O que sou verdadeiramente é aquilo que minhas dificuldades, minhas 'limitações', proporcionaram. Assim como meus prós, meus bons atos, minha maneira de enxergar esse mundo tão inconsequente.  Talvez eu mesma não me entenda, e ajo como se pudesse entender. Quem sabe é isso que me torna um ser humano sufocado de sentimentos e palavras, embevecido por coisas pequenas, extasiado com tudo que vê ...

Sou um coração batendo no mundo!
Clarice Lispector

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Nostalgia ...


Faça suas escolhas,
Dê suas voltas, idas e vindas,

E se preferir, fuja.
Mande-me o resto,

Aquilo que sobrou de mim.

Meu medo é o que me mata,

Minha esperança fortalece.
Todo esse branco e preto,

Essa sensação estúpida
De dizer, e não sentir.
Ou sentir, e não dizer.

A realidade congelada,

O vento trás o que ainda é.

Lembranças dos amores,
Abandonados no esquecimento.


Duas vida e um coração.

Mantenho as portas abertas

Dos olhos que pouco veem ...


Tome minha repulsividade,

Leia a minha mente, devolva o meu lugar.

Despreze meu despropósito,
Esqueça da minha inválida presença.


Alcanço então o melhor lugar,

Da onde não participo.


Escutando o tempo que passa,

Enxergando apenas o melhor,

O melhor de mim, da nostalgia.

Acaso, apenas o acaso ...
Todos sozinhos, em uma única estrada.