É incrível a enorme facilidade de como nos decepcionamos com as pessoas. Mas há uma probabilidade, mesmo que pequena, de estarmos completamente errados sobre julgamentos e críticas. Ás vezes, disfarçar defeitos pode ser um pouco perigoso. É necessário absorver novas idéias e sentir mais o outro lado. É inacreditável também a falta de criatividade, onde muitos agem de uma mesma maneira, dizendo mesmas coisas, aproveitando-se de alheios. É preciso de mentes mais receptivas, pessoas mais dignas, positividade, e quem sabe, um pouco de negligência, só para sair dessa rotina insuportável. Posso ser uma pessoa prolixa, utilizando recursos desnecessários. Sou irritante, e nada interessante. Me machuco facilmente, e logo perdôo. Não esqueço, nunca, nada. Tento ser agradável, mesmo quando não desejo. Exalo opiniões, exalto erros, permaneço assim. Tenhos inúmeras fases e características. Apenas como todo ser humano, sou algo único, com meus defeitos e qualidades. Não tenho gosto em falar de datas comemorativas, de olhares superiores, mas sim, do que sinto, só isso. Gosto quando meus pensamentos fluem com apenas o intuito de que ao lerem, se sintam, como eu. Um ser, um tanto quanto insignificante diante de tantas coisas mais importantes, escrevendo, sentindo, vivendo. O que sou verdadeiramente é aquilo que minhas dificuldades, minhas 'limitações', proporcionaram. Assim como meus prós, meus bons atos, minha maneira de enxergar esse mundo tão inconsequente. Talvez eu mesma não me entenda, e ajo como se pudesse entender. Quem sabe é isso que me torna um ser humano sufocado de sentimentos e palavras, embevecido por coisas pequenas, extasiado com tudo que vê ...
Sou um coração batendo no mundo!
Clarice Lispector
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