domingo, 29 de agosto de 2010

Nada muito importante.

Depois de poucos minutos, olhando diretamente para essa caixa de texto, tento passar os meus sentimentos de agora para o limite que encaro. Sei lá, talvez o fato de eu escrever tudo o que sinto não agrada quem vem convivendo comigo há dias, meses, e até mesmo há anos. E é tudo o que sei falar, dos benditos (ou malditos) sentimentos, da necessidade de expressar tudo o que passo horas sozinha imaginando. É como se eu me livrasse de alguma coisa que não sei o que é, como se me aliviasse as dúvidas, fazendo com que minhas palavras sejam boas para outros que consequentemente sentem a mesma coisa. Como um círculo vital, onde todos se encaixam na mesma situação. E o que eu acabo escrevendo certas vezes toma rumos diferentes, acolhem de formas diversas, e gosto disso. As formas difíceis de expressão sempre me agradaram muito, até porque eu não me vejo como uma pessoa fácil de se entender, de conviver e dividir idéias. Meus princípios acabam falando mais alto, me tornando egoísta à outros olhares, e passo despercebida por minha inutilidade de falar tudo que me parece correto. Despercebida sim, pois poucos se importam com meus mínimos detalhes, com minhas convicções. Sou tão reativa, que a proatividade de alheios me surge como um medo da qual prefiro fugir. Gosto de viver no meu mundinho de sonhos, de planos, de amor eterno, onde tudo isso para outros, é uma página de um livro velho,  ignorada, como se nada disso fizesse sentido, ou até mesmo, nada muito importante.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O amor não tem pressa.

Não há pressa no amor.
Ele aguarda em silêncio,
Em nosso próprio silêncio,
E até mesmo, no próprio vazio.
Aguarda séculos, milênios,
Pra provar-nos o gosto,
Do desejo, da espera,
Da satisfação pelo tempo,
Tempo passado, que não há mais.
Não há o que esperar,
Não há remissão,
Ele apenas é, nada mais.
É o que precisamos,
O que necessitamos,
Eco de antigas palavras,
Fragmentos de cartas,
Lembranças, fotografias,
Apenas vestígios, bons vestígios.

Não se afobe, não! Que nada é pra já, o amor não tem pressa. Ele pode esperar, não há porque fugir ...

domingo, 15 de agosto de 2010



Tudo é tão relativo que aos poucos essa relatividade se torna constante e definitiva para qualquer aspecto de nossa vida. Esses padrões pré-estabelecidos de felicidade, de união, de eterno... Tão relativo que até me cansa. Julgar a felicidade em um estado que vai desde o contentamento ou satisfação até à alegria intensa ou júbilo é tão desprezível.  Definir felicidade, definir amor, definir tristeza, definir o sentimento de estar junto a algo ou alguém, é mais que desprezível, é insano. 

Nunca poderá ser definido o que é estar perto daquilo que se ama. Das palavras trocadas, dos abraços, dos toques, da proximidade de corpos ou intensidade de beijos. É bem mais que uma definição de dicionário, ou explicações de grandes psicólogos ou daqueles que se dizem especialistas em assuntos do tipo. Não! Definir esse sentimento de hoje, da vontade que aos poucos se une com a necessidade, da admiração que se funde com o amor, e depois, não se separa, como água e óleo. Se torna numa coisa só, até mesmo em um pequeno espaço de tempo, de momentos. Afinal, qual a definição de tempo? Em quanto tempo uma pessoa se torna uma parte do que você é? Em quanto tempo vivemos aquilo que somos? Qual é o tempo para isso? Qual é o tempo para amar? Para se unir? Para ser aquilo que você nunca encontrou em ninguém?

Pois é, não há definição para tempo, muito menos do qual é o necessário para se unir com o sentimento. A única coisa que ele é capaz de fazer, é causar a confusão do passado com o presente, mas nunca definir o que alguém é, e continuará sendo. O tempo pode ser definido em horas, minutos, mas isso nunca vai ser o bastante pra caracterizar ou explicar aquilo que precisamos para viver.